Clicar Meu Menino Jesus... Lembra-me de um tempo em que não havia Pai Natal! Lembra-te de ser menino em nós, em cada Natal!

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Author: Alexandre Monteiro
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3 Meu Menino Jesus... Lembra-me de um tempo em que não havia Pai Natal! Lembra-te de ser menino em nós, em cada Natal!

4 Lembra-me de um tempo antigo, em que não tinhas barbas brancas, nem te vestias de vermelho quentinho e neve de algodão, nem te fingias de velhinho simpático, que finge ter um presente para todos! Lembra-te de nascer sempre assim, despido e singelo, nas almas esquecidas que há Frio e Faltas...

5 Lembra-me de um tempo em que te anunciavas em novenas puras, rezadas na cristalinidade das noites frias do Advento, aquecidas por cânticos que lembro celestiais! Lembra-te de mandar soar sempre antes de Ti as trompetas da Fé, para aqueles que se esqueceram que há Desespero!

6 Lembra-me de um tempo em que me olhavas do Presépio, com os teus olhos de menino guloso, grandes e doces, como as rabanadas que a minha mãe fazia! Lembra-te de olhar sempre assim, os Homens que se esquecem que há Fome...

7 Lembra-me de um tempo em que a única luz que te iluminava era uma vela acesa com fervor... e todo Tu resplandecias, no centro do nosso lar, mais que todas as estrelas juntas, que vinham sempre espreitar-te pela janela! (E as estrelas, nesse tempo, eram tão mais brilhantes que agora!...) Lembra-te de brilhar ainda assim, para lembrar às almas que há Escuridão...

8 Lembra-me de um tempo em que eras tu próprio a descer na chaminé, para nos trazer os poucos e humildes presentes, que pousavas nos nossos sapatinhos, deixados à volta da lareira! (Por isso os presentes eram pequenos, porque tu eras pequenino, não podias carregar muitas coisas!) Lembra-te de descer sempre assim, a pulso e sacrifício, nos espíritos esquecidos que há Dificuldades!

9 Lembra-me de um tempo em que as noites de Natal eram de pura emoção e as manhãs de júbilo e alegria, quando se desafiava o frio e o sono, para ir espreitar os paucos presentes que Tu havias deixado! Lembra-te de fazer ouvir o teu riso inocente e grato, nos Natais de quem esqueceu que há Tristeza!

10 Lembra-me de um tempo em que bastava tão pouco para se fazer Natal... Frio lá fora, lareira quente, pinhas a estalar no lume... O Presépio inventado, com musgo apanhado nas matas, pelas minhas mãos a tiritar ansiedade... e rios feitos de papel de prata, que se guardara dum raro chocolate... e figurinhas ingénuas, de desproporções ingénuas, que se pediam emprestadas aos móveis da sala...

11 ...e Tu, Menino Jesus da minha infância, grande, soberano, graciosamente deitado no berço- manjedoura de palhinhas verdadeiras, os braços abertos para nós, as pernas ensaiando irrequietudes de menino, os olhos -ah, os olhos!- placidamente atentos à veneração dos teus súbditos! Os teus olhos riam e misturavam-se a nós... espreitavam conosco as prendinhas, brilhavam com os nossos, de alegria, refletiam o prazer dos doces, dos cheiros, dos mimos de festa...

12 As tuas mãozinhas alvas, pequeninas, brincavam conosco às escondidas e encontrávamo-las no miolo dos pinhões, que extraíamos trabalhosamente das pinhas aquecidas......e depois, adormecias santamente, à luz das velas do presépio, enquanto nós jogávamos ao "par e com os confeitos que nos tinham calhado no sapatinho... até também a nós o sono nos vir recolher para sonhos imaculados, crentes, dum tempo em que o Natal... era só o nascimento de um Menino Bom... lembras-te?...

13 www.sergrasan.com/veraluzia www.profeacr.xpg.com.br Imagens da Internet Texto de Sterea da Luso-Poemas Formatação:A.Carlos e Vera Luzia